Em uma jogada ousada para remodelar seu futuro, o CEO da Bayer, Bill Anderson, revelou planos para o que ele chama de “reajuste radical” do conglomerado que se encontra com dificuldades. Anderson, que liderou anteriormente uma grande transformação na Roche, está agora pronto para executar uma renovação ainda mais extensa na Bayer, incluindo substanciais reduções na força de trabalho.
A empresa está avaliando a separação de suas divisões de saúde do consumidor e ciências agrícolas como parte desta reformulação estratégica. Anderson, insatisfeito com o desempenho recente da Bayer, descreveu os resultados do terceiro trimestre como “anêmicos” e “inaceitáveis”.
Destacando a necessidade de mudança, Anderson enfatizou que as atuais 12 camadas de gerenciamento entre ele e os clientes eram excessivas. Ele delineou planos para remover várias camadas de gerenciamento e coordenação até o final de 2024, visando uma estrutura organizacional mais enxuta.
Anderson, que assumiu como CEO em junho, afirmou que essa reestruturação não é uma medida convencional de corte de custos, mas uma mudança profunda na abordagem da Bayer. A empresa visa focar apenas nos aspectos essenciais de sua missão, eliminando elementos desnecessários. Cortes de empregos e ajustes organizacionais já começaram, com mudanças na liderança implementadas em recursos humanos, estratégia e relações com investidores nos últimos 90 dias.
A possível separação das divisões de saúde do consumidor e ciências agrícolas da Bayer reflete as tendências mais amplas da indústria observadas em grandes empresas farmacêuticas como Pfizer, GSK, Johnson & Johnson e Novartis. No entanto, uma divisão simultânea em três partes foi descartada como “simplesmente inviável”.
Quanto ao desempenho do setor farmacêutico da Bayer no trimestre, as vendas foram relatadas em 4,54 bilhões de euros (US$ 4,85 bilhões), uma queda de 0,3% em relação ao ano anterior. Embora as vendas de Xarelto tenham caído, os novos medicamentos Nubeqa e Kerendia contribuíram positivamente. As vendas do grupo para o trimestre totalizaram 10,34 bilhões de euros (US$ 11,07 bilhões), permitindo que a Bayer reiterasse suas orientações de receita para 2023.
A reestruturação não se limita ao corte de custos, mas envolve uma mudança fundamental no foco operacional, removendo camadas burocráticas para aprimorar o desempenho operacional. Anderson pretende transferir 95% da tomada de decisões de gerentes para trabalhadores da linha de frente, promovendo uma abordagem centrada na missão.
A jornada da Bayer rumo à transformação radical será observada de perto na indústria, com Anderson fornecendo mais detalhes sobre o caminho estratégico durante um evento para investidores em março de 2024. A perspectiva de receita para 2023 da empresa, de até 49,5 bilhões de euros (US$ 53 bilhões), permanece inalterada, apesar do desafiador período de reestruturação.
Enquanto a Bayer passa por essa transformação radical, os setores farmacêutico e agrícola aguardam mais atualizações sobre a visão estratégica da empresa e seu impacto no cenário da indústria.
Referências
Reuters Alemanha