A Eli Lilly, gigante da indústria farmacêutica, está prestes a lançar um novo medicamento que promete desacelerar o declínio cognitivo em pacientes com Alzheimer. A droga, chamada donanemab e comercializada sob a marca Kisunla, foi recentemente aprovada pela Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos, trazendo uma nova esperança para os pacientes e suas famílias. O Kisunla atua na remoção da placa amiloide, uma proteína que se acumula no cérebro e leva à morte de neurônios, característica principal do Alzheimer.
Os ensaios clínicos realizados pela Eli Lilly mostraram que o Kisunla pode retardar o avanço da demência em até sete meses e meio para pacientes nos estágios iniciais da doença. Cerca de 35% dos participantes dos estudos clínicos apresentaram uma desaceleração no declínio cognitivo, e quase metade dos pacientes que receberam o donanemab mantiveram suas funções cognitivas após um ano de tratamento, em comparação com 29% daqueles que receberam placebo.
O Kisunla tem uma vantagem significativa em relação ao Leqembi, medicamento semelhante desenvolvido pela Eisai e Biogen, pois é administrado mensalmente, enquanto o Leqembi requer infusões quinzenais. Além disso, o tratamento com o Kisunla pode ser interrompido após a eliminação das placas amiloides, potencialmente reduzindo os custos a longo prazo. No entanto, o preço de lista do Kisunla é de US$ 32.000 por ano, 20% mais caro que o Leqembi.
Apesar das promessas, a comunidade médica está dividida quanto à eficácia e segurança desses medicamentos. Efeitos colaterais graves, como inchaço e hemorragia cerebral, foram observados em até 30% dos participantes dos testes clínicos. Ainda assim, o FDA concluiu que os benefícios do Kisunla superam os riscos, uma decisão que gerou críticas de alguns especialistas que argumentam que o foco em medicamentos antiamiloides pode desestimular a pesquisa em outras áreas potencialmente mais eficazes.
A aprovação do donanemab é um marco importante para a Eli Lilly, cujas ações já acumularam uma valorização significativa impulsionada por essa novidade e pelo sucesso de outros medicamentos como o Mounjaro, usado no tratamento de diabetes e obesidade. A expectativa é que mais de um milhão de pacientes em estágio inicial de Alzheimer nos Estados Unidos possam se beneficiar do novo medicamento.
Em resumo, o lançamento do Kisunla representa um avanço significativo no tratamento do Alzheimer, oferecendo uma nova opção para retardar a progressão da doença. No entanto, a comunidade médica permanece cautelosa, esperando mais dados sobre a segurança e eficácia a longo prazo dessa nova classe de medicamentos.