A AstraZeneca está enfrentando uma investigação na China, onde cinco de seus atuais e ex-funcionários foram detidos sob suspeita de violações relacionadas à privacidade de dados e importação de medicamentos não licenciados. Segundo informações divulgadas, as autoridades chinesas estão examinando se os empregados da divisão de oncologia da empresa participaram da importação de um medicamento para tratar câncer de fígado que não tinha aprovação para distribuição no país. Além disso, a investigação também abrange a forma como a AstraZeneca coletou dados de pacientes, o que pode ter infringido as rigorosas leis de privacidade da China.
A empresa britânica, que se destaca mundialmente, inclusive pelo desenvolvimento de vacinas contra a COVID-19, confirmou a investigação, mas não forneceu detalhes adicionais. A AstraZeneca declarou que está ciente da investigação envolvendo um pequeno número de seus funcionários na China, mas que não possui mais informações para compartilhar no momento.
A investigação ocorre em meio a uma ampla ofensiva anticorrupção promovida pelo governo chinês, que tem como alvo o setor de saúde e farmacêutico, com o intuito de combater o desvio de fundos públicos e as práticas ilícitas. A AstraZeneca é uma das maiores empresas farmacêuticas estrangeiras na China, com aproximadamente 16 mil funcionários no país, representando cerca de 13% de sua receita global. Embora a China seja um mercado crucial para o crescimento da companhia, o ambiente regulatório rigoroso tem gerado desafios crescentes, especialmente com as tensões geopolíticas entre a China e os Estados Unidos.
Além dessa investigação recente, a AstraZeneca já havia enfrentado problemas na China no passado. Em 2022, a empresa esteve envolvida em um escândalo de fraude de seguro médico, quando alguns funcionários manipularam resultados de testes genéticos de pacientes com câncer para torná-los elegíveis para medicamentos da companhia. Na época, a empresa colaborou com as autoridades locais após identificar o problema por meio de uma investigação interna.
Com a crescente pressão sobre as multinacionais farmacêuticas no país, a AstraZeneca continua monitorando de perto a situação e destacou que está comprometida em cumprir todas as regulamentações locais.