A Bayer, uma das gigantes globais nos setores químico e farmacêutico, revelou na última quarta-feira planos para uma reorganização substancial que incluirá uma “redução significativa de pessoal” na Alemanha até o final de 2025. Esta notícia chega em meio a uma série de desafios, tanto legais quanto econômicos, enfrentados pela empresa.
A decisão de cortar um grande número de funcionários, principalmente em cargos de gestão, é uma resposta direta aos problemas jurídicos nos Estados Unidos relacionados à comercialização de herbicidas à base de glifosato. O glifosato, considerado possivelmente cancerígeno pela Organização Mundial da Saúde (OMS), gerou milhares de processos nos EUA, resultando em perdas financeiras significativas para a Bayer.
Os cortes de empregos fazem parte de um plano mais amplo de reestruturação, buscando reduzir hierarquias e simplificar estruturas complexas dentro da empresa. Embora o número exato de cargos eliminados não tenha sido divulgado, a empresa afirma que foi um acordo entre a administração e os representantes dos trabalhadores.
Os desafios legais não são os únicos enfrentados pela Bayer. A empresa também está lidando com a falta de novos produtos farmacêuticos para substituir medicamentos que perderão a proteção de patente nos próximos anos. Isso, combinado com a concorrência no mercado de medicamentos genéricos e biossimilares, contribuiu para perdas significativas, registrando 4,6 bilhões de euros no terceiro trimestre de 2021.
A Bayer adquiriu problemas significativos com a compra da Monsanto em 2018, herdando responsabilidades legais relacionadas ao herbicida Roundup. Os custos associados a resolver esses problemas legais estão na casa dos bilhões de dólares, colocando uma pressão adicional nas finanças da empresa.
Além dos cortes de empregos, a empresa está sob a liderança de um novo CEO, Bill Anderson, que assumiu em junho de 2021. Anderson, desde o início, expressou sua intenção de reformar a cultura da Bayer, tornando-a mais ágil e centrada no cliente. Seu histórico na divisão farmacêutica da Roche Holding AG sugere uma abordagem de descentralização e maior foco na inovação.
A decisão de cortar empregos, apoiada pelos próprios trabalhadores da Bayer, é uma medida drástica, mas indicativa da necessidade percebida de mudanças substanciais para garantir a competitividade e o futuro da empresa. O futuro da Bayer, uma das grandes empresas químicas e farmacêuticas do mundo, dependerá da eficácia dessas mudanças em um cenário que exige eficiência, flexibilidade e responsabilidade social. O anúncio oficial sobre a possível divisão da empresa será aguardado com grande expectativa nos círculos empresariais e entre os investidores, pois isso poderia moldar significativamente o futuro da Bayer nos mercados global e local.
Referências
Bayer