Novas pesquisas da Universidade Rice demonstram que os antidepressivos podem reduzir memórias negativas em indivíduos que sofrem de depressão, ao mesmo tempo em que melhoram a função da memória geral.
O estudo, intitulado “Perceived antidepressant efficacy associated with reduced negative and enhanced neutral mnemonic discrimination,” aparece na última edição da Frontiers in Human Neuroscience. Ele demonstra como o uso de antidepressivos em indivíduos deprimidos afeta as memórias, tanto as boas quanto as ruins.
O estudo incluiu 48 participantes com idades entre 18 e 35 anos. Todos os indivíduos fizeram uso de antidepressivos ativamente (independentemente do tipo de antidepressivo e diagnóstico) por pelo menos um mês antes de participarem do estudo.
Stephanie Leal, professora assistente de ciências psicológicas na Rice, é a autora principal do estudo. Ela disse que a descoberta sobre a ligação entre antidepressivos e memórias é muito importante, porque ainda há muito a ser aprendido sobre como esses medicamentos funcionam.
“Embora os antidepressivos existam desde a década de 1950, ainda não sabemos realmente como eles funcionam”, disse Stephanie. “Eles funcionam apenas cerca de 50% do tempo, e os usuários frequentemente precisam experimentar vários tipos de antidepressivos para chegar a um ponto em que realmente sentem que os medicamentos são benéficos. Não entendemos completamente como esses medicamentos reduzem os sintomas depressivos e por que são tão frequentemente ineficazes. Isso é um grande problema.”
Os resultados do estudo sugerem que os antidepressivos, quando eficazes, podem alterar a dinâmica da memória em direção a uma função saudável, disse Stephanie.
“A forma como os antidepressivos afetam a cognição é uma área de pesquisa enormemente subestudada”, disse ela. “Ao medir como os antidepressivos afetam a memória, podemos usar essas informações para selecionar tratamentos melhores, dependendo dos sintomas de depressão das pessoas.”
Referências
Perceived antidepressant efficacy associated with reduced negative and enhanced neutral mnemonic discrimination. Frontiers in Human Neuroscience, 2023; 17 DOI: 10.3389/fnhum.2023.1225836.
Imagem: FarmaNetwork
