Nos últimos tempos, o Brasil se viu envolvido em uma situação preocupante que ecoa além de suas fronteiras: a falsificação do medicamento Ozempic. Amplamente utilizado para o tratamento da diabetes tipo 2 e também conhecido por seus benefícios no processo de emagrecimento, o Ozempic tem sido alvo de falsificadores, gerando preocupações significativas em autoridades de saúde, médicos e pacientes.
O desafio na Europa e nos Estados Unidos
O problema das falsificações de Ozempic não se restringe ao Brasil, mas se espalhou globalmente. Além dos casos reportados no Brasil, países como os Estados Unidos, México, Alemanha e Áustria também enfrentaram episódios similares. A situação na Áustria se tornou particularmente alarmante, com pacientes sendo hospitalizados devido a graves efeitos colaterais causados por medicamentos falsos, que, ao invés do princípio ativo semaglutida, continham insulina.
Situação no Brasil
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) identificou pelo menos dois episódios de falsificação do Ozempic, bem como um caso de divulgação irregular. A Novo Nordisk, a empresa responsável pela fabricação do medicamento, alertou a Anvisa sobre o lote LP6F832, que não é reconhecido como autêntico. O primeiro caso de fraude ocorreu em junho, quando a empresa informou à agência que unidades do lote MP5C960 apresentavam embalagens com concentração diferente da original, além de rótulos em espanhol.
A Novo Nordisk tem tomado medidas proativas para combater a falsificação de Ozempic desde junho. A empresa colabora com a Anvisa para relatar novos lotes falsificados e está comprometida em investigar e denunciar todos os casos de falsificação que identificam. Além disso, a Novo Nordisk trabalha em parceria com empresas especializadas para monitorar e eliminar produtos ilegais, tanto no ambiente online quanto no mercado físico.
Falsificações no Brasil
É fundamental ressaltar que os lotes identificados na Europa, como MP5E511 e NP5G866, não foram distribuídos no Brasil, o que oferece algum alívio, mas não exclui os riscos. Além das falsificações, surgiu um problema adicional com o que é conhecido como “Ozempic manipulado”. Farmácias de manipulação têm comercializado produtos alegadamente à base de semaglutida, o princípio ativo do Ozempic, sem a devida autorização da Anvisa.