A Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) está avançando com a construção de duas novas fábricas em Goiana, na Zona da Mata Norte de Pernambuco. Essas instalações desempenharão um papel crucial no fornecimento de tratamento para pacientes com Hemofilia A no Brasil e têm o potencial de revolucionar o mercado global de medicamentos para a condição. As atualizações sobre esses projetos foram reveladas recentemente em uma coletiva de imprensa realizada no escritório administrativo da Hemobrás em Boa Viagem, no Recife.
Fábrica do Hemo-8R: Uma Inovação no Tratamento da Hemofilia A
A primeira fábrica a ser inaugurada é a Fábrica do Hemo-8R. Ela é especialmente notável por ser capaz de produzir até 1,2 bilhão de unidades internacionais (UI) de medicamentos por ano. O Hemo-8R é um medicamento recombinante, desenvolvido por engenharia genética, e representa uma inovação significativa no tratamento da Hemofilia A. O que torna esse medicamento ainda mais especial é que ele é produzido sem o uso de plasma, tornando-o seguro e altamente eficaz.
Além disso, a Hemobrás estabeleceu uma parceria com a empresa japonesa Takeda para financiar a construção desta fábrica, com um investimento de US$ 250 milhões. O presidente e diretor industrial da Hemobrás, Antonio Edson de Lucena, afirmou que essa unidade será capaz de satisfazer as necessidades do Sistema Único de Saúde (SUS), que atualmente requer 750 milhões de UI deste medicamento. Além disso, haverá capacidade excedente para exportação.
Embora a estrutura física da fábrica já esteja completa, a produção nacional começará somente em 2025, após a validação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Esta conquista é um passo crucial na disponibilização de tratamentos mais acessíveis e seguros para pacientes com Hemofilia A no Brasil.
Fábrica de Hemoderivados: Uma Promessa para o Futuro
Outro projeto fundamental da Hemobrás é a construção de uma fábrica de hemoderivados, que deve ser finalizada até 2025. Esta fábrica, atualmente cerca de 80% completa, terá um investimento público de R$ 1,1 bilhão. Uma vez concluída, será capaz de recolher e processar até 500 mil litros de plasma por ano, um aumento significativo em relação aos atuais 200 mil litros.
Essa iniciativa é uma parte essencial do esforço para melhorar a independência do Brasil na produção de hemoderivados. O país atualmente gasta cerca de R$ 800 milhões anualmente na importação desses produtos, tornando-se vulnerável a flutuações de preços e disponibilidade no mercado internacional. A Hemobrás está comprometida em fornecer esses medicamentos a preços de custo para o Ministério da Saúde, reduzindo a dependência do Brasil em importações.
Essas fábricas inovadoras não apenas representam um grande avanço no tratamento da Hemofilia A, mas também têm o potencial de transformar o mercado de hemoderivados no Brasil. O país poderá atender a sua demanda interna e até mesmo competir no mercado internacional, gerando receitas importantes.
Referências
Hemobrás/Divulgação
