A gigante farmacêutica Novartis está comemorando uma conquista significativa no campo da oncologia. Seu medicamento radioterápico, o Lutathera, alcançou resultados notáveis em um ensaio de Fase 3 como tratamento de primeira linha para um tipo de câncer gastrointestinal. Este avanço foi anunciado pela empresa na última segunda-feira.
O Lutathera, quando combinado com o tratamento hormonal octreotida, demonstrou manter pacientes recém-diagnosticados vivos e sem progressão da doença por um período significativamente mais longo em comparação com aqueles que receberam apenas octreotida.
Esses dados promissores podem abrir caminho para a ampliação do uso deste medicamento. O Lutathera já havia recebido aprovação do FDA em 2018, após apresentar resultados positivos em pacientes cujas doenças haviam progredido após tratamento convencional.
A Novartis tem feito investimentos substanciais em terapias radioterápicas direcionadas, como o Lutathera, bem como em seu medicamento para câncer de próstata, o Pluvicto. Esses investimentos têm atraído a atenção de concorrentes e de novas empresas de biotecnologia que desenvolvem tratamentos semelhantes.
O Lutathera é um exemplo notável dessa abordagem, pois combina um componente medicamentoso que se liga às células cancerosas com uma substância radioativa. Isso permite a entrega precisa de uma dose que visa especificamente o tumor, causando menos efeitos colaterais em comparação com a radioterapia sistêmica.
O estudo de Fase 3, conhecido como NETTER-2, foi realizado em um tipo raro de câncer, os tumores neuroendócrinos gastroenteropancreáticos, que já havia recebido aprovação para tratamento com octreotida. Esses tumores têm uma variedade de opções de tratamento, incluindo medicamentos como Sutent e Afinitor, embora a escolha do tratamento possa variar com base na origem do tumor.
Em um estudo anterior, o NETTER-1, que levou à aprovação inicial do Lutathera pela FDA, a combinação do medicamento com a octreotida reduziu o risco de progressão da doença ou morte em 79%, em comparação com o uso apenas da octreotida. Além disso, a combinação reduziu ou eliminou tumores em 13% dos participantes do estudo.
Embora a Novartis ainda não tenha divulgado dados detalhados do NETTER-2, esses resultados serão revelados em uma conferência médica futura. Jeff Legos, chefe global de desenvolvimento oncológico da Novartis, descreveu os dados como “bastante notáveis” e enfatizou o potencial da terapia com radioligantes para causar um impacto significativo no tratamento de pacientes recém-diagnosticados.
A franquia de radioterapia direcionada da empresa está entre seus negócios de crescimento mais rápido. No primeiro semestre de 2023, o Lutathera registrou vendas de US$ 291 milhões, um aumento de 57% em relação a 2022. Já o Pluvicto alcançou vendas de US$ 451 milhões no primeiro semestre de 2023, seu primeiro ano completo no mercado.
Em um relatório sobre os resultados do segundo trimestre da empresa, o CEO Vas Narasimhan afirmou que a Novartis espera que as vendas do Pluvicto ultrapassem a marca de US$ 1 bilhão em 2023, consolidando ainda mais a posição da empresa como líder na área de terapias radioterápicas direcionadas.
Referências
Novartis