A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou novas diretrizes globais para fortalecer os ecossistemas de ensaios clínicos em todos os países, independentemente de sua faixa de renda. As recomendações visam tornar os ensaios clínicos mais eficientes e inclusivos, permitindo que um espectro mais amplo de participantes possa se beneficiar dessas pesquisas. A OMS destacou a importância dessas orientações para ensaios clínicos que envolvem medicamentos, vacinas, intervenções comportamentais e psicológicas, cuidados preventivos, abordagens digitais, medidas de saúde pública e até tratamentos tradicionais e herbais.
Recomendações para Melhorar Ensaios Clínicos
As novas orientações fornecem, pela primeira vez, recomendações específicas para autoridades de saúde, reguladores e financiadores nacionais. O objetivo é auxiliar essas organizações a criar evidências sólidas sobre intervenções em saúde, abordando desafios como o desenho inadequado de estudos e a falta de diversidade entre os participantes.
Um dos pontos centrais das diretrizes é a necessidade de uma abordagem centrada no paciente. Segundo a OMS, é essencial que o planejamento e a execução dos ensaios clínicos sejam realizados de forma que atendam às necessidades da população. As diretrizes também indicam que aspectos práticos devem ser considerados para incluir mulheres grávidas e lactantes, assegurando que a avaliação de segurança seja uma prioridade, com procedimentos apropriados de consentimento, especialmente no caso de crianças.
Apoio ao Desenvolvimento Nacional em P&D
Outro foco das recomendações é impulsionar o desenvolvimento de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) nacional com financiamento sustentável. Isso pode ajudar a acelerar o acesso à inovação em saúde e fortalecer os ambientes de pesquisa em saúde, tanto nacionais quanto globais. De acordo com o Dr. Jeremy Farrar, cientista-chefe da OMS, as novas diretrizes visam aumentar a diversidade dos participantes dos ensaios clínicos, garantindo que os benefícios da pesquisa alcancem o maior número de pessoas possível, abandonando abordagens padronizadas que muitas vezes não refletem as necessidades reais de diferentes populações.
As novas diretrizes da OMS buscam criar uma base para um sistema de ensaios clínicos mais robusto e acessível, que permita avanços mais rápidos e seguros na área de saúde, ao mesmo tempo em que promove a equidade nos benefícios das pesquisas.