A Organização Mundial da Saúde (OMS) destacou que o uso de vacinas pode reduzir tanto a utilização de antibióticos quanto os custos econômicos da resistência antimicrobiana (RAM) em escala global. Em um novo relatório, a OMS enfatizou a importância das vacinas na luta contra a RAM, evidenciando o papel fundamental que esses imunizantes têm na prevenção de infecções e na desaceleração da propagação de patógenos resistentes a medicamentos.
De acordo com o documento, vacinas contra 24 tipos de patógenos poderiam reduzir o uso de antibióticos em 22%, ou cerca de 2,5 bilhões de doses diárias definidas em todo o mundo, anualmente. “As vacinas previnem infecções e, assim, retardam o surgimento e a disseminação de patógenos resistentes a medicamentos”, destacou a OMS, que também apresentou recomendações específicas para autoridades e partes interessadas visando aumentar a eficácia das vacinas no enfrentamento da RAM.
Revertendo a tendência da resistência antimicrobiana
Em uma declaração política aprovada em 26 de setembro, durante a 79ª Assembleia Geral da ONU, a OMS e seus parceiros se comprometeram com ações e metas claras para ampliar o acesso a tratamentos e medicamentos, além de promover a inovação no combate à resistência antimicrobiana. Este novo relatório complementa estudos anteriores da OMS, que já haviam mostrado o potencial das vacinas atualmente disponíveis para pneumococos, Haemophilus influenzae tipo B e febre tifoide na prevenção de até 106.000 mortes relacionadas à RAM por ano.
Estima-se ainda que 543.000 óbitos anuais poderiam ser evitados com o desenvolvimento de novas vacinas para doenças como tuberculose e Klebsiella pneumoniae. A OMS informou que imunizantes para a tuberculose já estão em fase de desenvolvimento clínico, enquanto uma vacina para Klebsiella pneumoniae está em estágio inicial de pesquisa.
“A prevenção é a melhor cura”, reforçou o Diretor-Geral da OMS, Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus. “O combate à resistência antimicrobiana começa com a prevenção de infecções, e as vacinas são uma das ferramentas mais poderosas para isso. Ampliar o acesso a vacinas existentes e desenvolver novas para doenças críticas, como a tuberculose, é essencial para salvar vidas e reverter o avanço da RAM.”